A prática do princípio da integridade em uma visão estratégica

Segundo os autores deste artigo, o princípio da integridade precisa ser implementado a partir de uma visão estratégica

  • 24/04/2024
  • Squad de integridade do capítulo Santa Catarina
  • Artigo

A 6ª edição do Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa nos presenteou com uma grande novidade: a inclusão do princípio da Integridade como o primeiro da Governança Corporativa.

Se, até então, havia quatro princípios bem delineados (transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa), a partir da 6ª edição, lançada em 2023, a ética passou a “embasar os cinco princípios de governança corporativa – integridade, transparência, equidade, responsabilização (accountability) e sustentabilidade”.

A questão, contudo, passa pela reflexão de como implementar na prática o princípio da integridade dentro das nossas organizações.

Como se sabe, não há como tornar o princípio da integridade efetivo, senão por meio do comprometimento e do real envolvimento das principais lideranças da organização. É o que chamamos de tone at the top.

Por essas razões, o squad de integridade do capítulo Santa Catarina debateu durante alguns meses medidas efetivas de transformação prática do princípio da integridade em uma visão estratégica, chegando, assim, a dez sugestões que são direcionadas, principalmente, à alta direção das companhias.

São elas:
1 – Implantar uma cultura de compliance baseada não apenas em documentos, mas, principalmente, em exemplos de integridade (walk the talk).
2 – Buscar conhecer e debater todos os princípios, valores, pressupostos, artefatos e mecanismos da cultura da organização, com o objetivo de facilitar a introdução do tema.
3 – Envolver a alta direção e os principais stakeholders na construção, planejamento e monitoramento do tema, por meio de reuniões periódicas de avaliação formal.
4 – Trabalhar o tema de gestão de riscos de integridade de uma forma estruturada, por meio do envolvimento de toda a organização e não somente de uma única área, garantindo assim a sua disseminação por toda a organização.
5 – Realizar o assessment de integridade desde o recrutamento dos colaboradores, por meio de testes de integridade (Potencial de Integridade Resiliente).
6 – Promover eventos periódicos de conscientização e sensibilização para toda a organização com a participação efetiva da alta direção.
7 – Estender a avaliação de riscos de integridade a terceiros, especialmente fornecedores e prestadores de serviços, por meio de due diligences, dentre outros procedimentos.
8 – Promover líderes a “Embaixadores da Integridade”, a fim de facilitar a disseminação do tema na organização.
9 – Elaborar e implementar adequadamente uma Política de Consequências, relacionada ao descumprimento de obrigações de compliance.
10 – Incluir, sistematicamente, o tema Integridade no planejamento estratégico da organização, buscando estabelecer objetivos e metas.

Com a implementação destas medidas, acreditamos que as organizações serão capazes de efetivamente transformar, de maneira progressiva e sustentável, o princípio da integridade em uma visão estratégica da empresa.


Sobre os autores: Bruno Bartelle Basso, coordenador do squad de integridade do Capítulo Santa Catarina.
E Alexandre Moraes, Angela Gonçalves, Carlos Rocha Velloso, Cristiane Faisca Cardoso, Emerson Lunardelli, David Cioccari, Emerson Zappone, Giselle Floriano, Márcia Momm, Marcus Leite, Paulo José Müller, Roberta Maas dos Anjos, Rogério Martins, Sabrina Weiss Raupp, Vanessa Doubrawa Bertani, Wandair Garcia - integrantes do squad.


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