Inovação na prática empresarial: learning community e criação de valor

Artigo explora o conceito de comunidades de aprendizagem e a busca por conhecimento dentro das companhias

  • 24/04/2020
  • *Autor Convidado
  • Artigo

Em função da alta volatilidade econômica e social em nível global, a disrupção está se tornando o cenário predominante para projeções no mundo corporativo. Ferramentas voltadas para enfrentar esta realidade que estimulem conhecimento, criatividade e inovação, precisam ser aplicadas para que as empresas se perpetuem e aumentem o valor de seus ativos.

A inovação em empresas caracteriza-se por explorar conhecimento em áreas pouco exploradas que possam trazer inspirações para novas definições de sucesso, mas que quase sempre vem acompanhada de alta incerteza e altos riscos.

Diante disso, não é incomum que as empresas busquem conhecimentos que as auxiliem em inovar dentro de uma perspectiva de governança onde as incertezas possam ser qualificadas e quantificadas visando à gestão de risco e continuidade em prover recursos aos projetos.

O conceito de comunidades de aprendizagem ou learning communities¹ propõe um modelo de aprendizado individual e coletivo onde os membros trocam experiências, conhecimentos pessoais e vivências bem sucedidas, auxiliando-se mutuamente na criação de conhecimento conjunto que gera valor.

Learning community visa trabalhar nos possíveis cenários disruptivos fomentando a cultura da inovação com agilidade dentro das organizações, envolvendo parceiros com ampla diversidade de formação, talentos e interesses, que agregam valores tangíveis e intangíveis, que se materializam em novas habilidades, estratégias e ações efetivas na implementação de inovações.

A criação de valor dá-se no estímulo para a busca do conhecimento, engajamento, compromisso e disciplina entre esses parceiros interessados em compartilhar coletivamente os resultados dos esforços individuais, contribuindo para a sua coesão e funcionamento, ao reconhecer suas experiências nos resultados e avaliações utilizadas para reflexão e tomada de decisão. Ao longo do tempo, a aprendizagem conjunta torna-se em si própria um recurso, por meio de estudos de casos, ferramentas, estórias, conceitos e perspectivas, gerando assim um fluxo relevante de informações.

Portanto, a iniciativa de aprendizagem em comunidade diferencia-se de cursos formais, pois cada membro responsabiliza-se pelo avanço do conhecimento, como protagonista, e não apenas como consumidor passivo de um conhecimento existente.

A inovação e a governança em empresas, ganham assim uma conotação dinâmica, de acordo com as incertezas e os riscos que nos impõem o dia a dia do mundo empresarial, dando continuidade na criação de um diferencial para qualquer tipo de organização.

¹Embasamento teórico proveniente do Etienne Wenger, Beverly Trayner Maarten de Laat. Promoting and assessing value creation in communities and networks: a conceptual framework. 2011. Ruud de Moor Centrum. Open Universiteit

*Mario Bracco é cocriador, Livaldo Santos é facilitador, Renato Volponi é participante e Kip Garland é coordenador do novo curso de Inovação do IBGC. Amanda Zani é gerente de Inovação e Tecnologia e Ari Himmelstein é consultor em Inovação e Transformação Digital.

Este artigo é de responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do IBGC.

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