“Na crise, empresas que saem melhor são as que sedimentaram governança”, diz Mônica Cordeiro

Coordenadora-geral do Capítulo Minas Gerais conduziu debate sobre a jornada no tema e desafios em meio à pandemia

  • 29/07/2020
  • Bárbara Calache
  • Eventos

“Governança é para você, ou seja, todos nós somos agentes de governança”. Foi com essa frase que Mônica Cordeiro, coordenadora-geral do Capítulo Minas Gerais, abriu o IBGC Dialoga - Melhores Práticas de Governança Corporativa, promovido pelo Capítulo Pernambuco, que ocorreu na última terça-feira (28 de julho). Com cerca de 40 participantes, o evento contemplou uma roda de discussões acerca de definições, estrutura e princípios de governança corporativa, como começar essa jornada e desafios das organizações em meio à pandemia. 

O evento contou com uma abertura pautada pela definição do IBGC sobre governança corporativa, seus princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Além disso, entre práticas e conceitos, o encontro aguçou o interesse dos participantes em como iniciar essa jornada. 

Como ponto de partida, foi ressaltada a sensibilização sobre governança corporativa entre sócios, acionistas e alta liderança das empresas. “É importante que entendam os benefícios e, em seguida, que se aproximem de uma comunidade de governança, estudem e entendam os conceitos”, comentou Mônica. Nesse aspecto, ela acrescenta a jornada pelo conhecimento, em linha com a abundância de materiais sobre o tema, disponíveis por exemplo no Portal do Conhecimento , que abriga inclusive o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa

Um segundo ponto envolve uma discussão verdadeira sobre os princípios da organização e a criação de toda uma estrutura para tomada de melhores decisões e, principalmente, decisões éticas. “É necessário que as empresas levantem questões como ‘eu tenho uma identidade? Vamos discutir esses princípios? Estou de fato disposto a ser transparente?’ e, a partir disso, escolher sua trilha”, disse. Nesse contexto, Alexandre da Fonte, coordenador do Capítulo Pernambuco do IBGC, acrescentou que é importante que as empresas conheçam seu ritmo e seu momento. 

“A hora que resolver entrar nessa jornada pela governança, é necessário trabalhar a conscientização e a educação constante da alta administração. Trata-se também de tirar o medo, já que a governança pode mudar propostas empresariais e, fazendo da forma certa, construímos uma empresa, sociedade e país diferentes”, apontou Mônica. 

Governança corporativa e a pandemia

Os participantes do evento, facilitado por Marisa Hardman, coordenadora do Capítulo Pernambuco do IBGC, abordaram também os efeitos com a Covid-19, com a intensificação do homeoffice, o que exigiu mudanças nas organizações, inclusive culturais. “Se para algumas empresas o trabalho presencial era muito forte, quando se pulveriza esse controle, pode haver a necessidade de rever processos. A governança se torna ainda mais essencial nesse contexto”, comentou Hardman. 

Para Mônica, esse contexto intensificou a necessidade do uso de tecnologia, mais agilidade nos processos e uma pauta que não pode mais sair dos conselhos de administração: as pessoas. “O desafio ficou maior, pois muitas empresas já se deparavam anteriormente com problemas relacionados a pessoas, como questões psicológicas e níveis baixos de engajamentos. Agora, é necessário trabalhar uma questão que já não era simples”, comentou. Para ela, é necessária a priorização dessa pauta nas instâncias da estrutura deda governança das empresas. 

A oportunidade, segundo Mônica, é que os princípios – transparência, equidade na tratativa com os diferentes públicos, entre outros – nunca foram tão importantes. A pergunta a ser feita e que tem norteado diversas ações é: como eu quero ser visto depois da pandemia? “Há a necessidade de ver com carinho as pessoas, bem como a infraestrutura em casa nesse cenário, por exemplo”, pontuou.  

As empresas que estão se saindo melhor, segundo Mônica, são as que sedimentaram essa conversa, o que ocasiona em processos decisórios pautados em discussões consistentes. “Há muita mudança, sim, e quem souber se apropriar delas irá se sair melhor”, complementou. 


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