Estudo aponta que 75% das empresas enfrentam barreiras culturais na implementação de processos eficazes de gerenciamento de riscos
A cultura das companhias brasileiras liderou a lista de aspectos que desafiam a implementação da gestão de riscos no ambiente corporativo, de acordo com pesquisa inédita com 165 companhias desenvolvida pela consultoria Deloitte, com o apoio do IBGC. Do total de participantes do levantamento Os cinco pilares de riscos empresarias, 75% apontaram a cultura da organização como maior desafio para a gestão de riscos, seguida pela falta de prioridade da administração em relação ao assunto (43%) e a criação de uma metodologia eficiente de gestão de riscos (35%).
Metade das empresas analisadas tinham faturamento maior que R$ 1 bilhão, 44% dos respondentes pertenciam ao nível de conselho, presidência ou diretoria e 31% movimentavam ações em bolsa de valores ou mercado de balcão. Em 2019, 73% das companhias disseram ter política formal de gestão de riscos, ante 44% registrados pela mesma pesquisa em 2017. O estudo que considerou cinco eixos principais (estratégico, operacional, financeiro, cibernético e regulatório) foi lançado na sexta-feira (1º de novembro), na sede do IBGC, e apresentado pelo sócio-líder de Risk Advisory da Deloitte, Alex Borges.
Na avaliação do diretor focado em prática de gestão de riscos da Deloitte, Leonardo Moretti, a questão cultural apontada compreende noções importantes como integridade empresarial e reputação, o que compreende também o papel e comportamento de executivos. “Percebemos que ainda há um aprendizado a ser tomado pela companhia como um todo, de forma que a análise de riscos realmente ajude em processos de tomada de decisão”, afirmou.
A pesquisa mostrou ainda que oito em cada dez respondentes disseram que suas empresas se interessaram mais por processos de desenvolvimento e transformação envolvendo riscos nos últimos dois anos, entre 2017 e 2019. “Apesar de muitas vezes não contarem com modelo avançado de gestão de riscos, as organizações estão atentas a como podem evoluir nesse processo”, diz trecho do estudo.
O sócio-líder de Risco Estratégico, Reputação e Cyber da Deloitte, Anselmo Bonservizzi, falou da importância da cultura como norte da execução dos processos corporativos. “A estratégia deve andar de maneira constante e paralela ao risco”, defendeu. Visão parecida foi endossada pelo participante da Comissão de Gerenciamento de Riscos do IBGC, Ricardo Lemos. Para ele, assim como a estratégia nasce da identidade da organização, os riscos estão associados e são complementares aos objetivos estratégicos.
Como principais motivadores para a transformação do processo de gestão de riscos nas empresas, a pesquisa indicou a mitigação de riscos para cumprimento das estratégias de negócios definidas (67%), a melhoria de resultados – redução de custos, otimização de receitas e eficiência operacional (53%) e atendimento às exigências dos órgãos reguladores, além da atuação com foco nos riscos prioritários, os dois últimos com 44%.
Quer saber mais? Acesse a pesquisa completa no Portal do Conhecimento do IBGC.