"Conselho do futuro é a linha de chegada da Agenda Positiva de Governança”

Antônio Bizzo, coordenador geral do Núcleo Brasília, fala da relevância da região para a jornada da governança do país

  • 07/05/2021
  • Ana Paula Cardoso
  • Bate-papo

Em 14 de agosto de 2020, dava-se início ao Núcleo Brasília do IBGC. Com área de atuação que abrange os associados do instituto provenientes do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins, a relevância econômica dos estados que contemplam o núcleo é incontestável. Quando somados o Distrito Federal e todos os estados contemplados pelo núcleo, o PIB do Núcleo Brasília chega a 753 bilhões. “O que faz da região o terceiro maior PIB brasileiro, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro”, diz Antônio Bizzo, conselheiro e consultor de empresas e coordenador geral do núcleo Brasília do IBGC. 

Bizzo fez parte do grupo inicial que abriu o caminho até a inauguração do Núcleo. “Chegamos a Brasília por ser um ponto central entre as regiões, hub aéreo e centro político nacional, além de ser uma região que já contava com muitos associados e certificados IBGC”.  Hoje o Núcleo Brasília conta com outros quatro coordenadores : Ilana Trombka, Amauri Nóbrega, Cláudio Timm e Marcelo José de Aquino. E ainda com o governance officer Luiz Cláudio Ligabue.

Em entrevista ao Blog do IBGC, Bizzo contou que uma das grandes motivações do Núcleo é projetar na região os programas de educação e desenvolvimento de governança corporativa promovidos pelo IBGC – todos alinhados com os pilares da Agenda Positiva de Governança do instituto. “O compromisso com esses pilares nos levará naturalmente ao conselho do futuro”, completa Bizzo. Veja a seguir a entrevista na íntegra.

Blog do IBGC. Quais foram as principais motivações de se criar o Núcleo Brasília?
Antônio Bizzo. Chegamos a Brasília por ser um ponto central entre as regiões que hoje contemplam o Núcleo, mas também pela relevância para o país. Para se ter uma ideia, segundo os últimos dados fornecidos pelo IBGE, os PIB do DF e Goiás, quando somados, chegam a R$ 450 bilhões, o que colocaria essa macrorregião como o 5º maior PIB do Brasil, quase empatado com o Rio Grande do Sul, com R$457 bilhões. Um PIB superior a todos os outros estados brasileiros onde o IBGC tem Capítulos, com exceção de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Quando somados o Distrito Federal e todos os estados contemplados pelo núcleo, o PIB do Núcleo Brasília chega a 753 bilhões. O que faz da região o terceiro maior PIB brasileiro, atrás apenas do de São Paulo e Rio de Janeiro. 

E como é a cartografia dos setores de atividade da região? 
Brasília é um hub aéreo importante, era o terceiro maior antes da pandemia. Hoje a maior parte dos voos para o Norte e Nordeste provenientes do Sul e Sudeste fazem escala na capital. Isso acaba favorecendo o desenvolvimento de empresas de serviço ao redor. Um levantamento de 2019 mostra que em Brasília há 286 empresas estatais e cerca de 90 mil empresas privadas. Também se trata de um centro político, com diversas entidades dos três poderes.  Organizações internacionais - entre as quais as embaixadas – também fazem parte do cenário da região. Mas não é somente Brasília: os outros estados contemplados pelo Núcleo são fortes em agronegócio, empresas de serviço, indústrias químicas e até montadoras temos no estado de Goiás, por exemplo. Há ainda muitas empresas familiares, ou de origem familiar que se expandiram através de aquisições.  E além da relevância político-econômica, a região também já contava com muitos associados e certificados pelo IBGC. Desta forma a proximidade do instituto tornou-se fundamental.

Como o Núcleo tem trabalhado essa proximidade?
Estamos implementando algumas frentes. A primeira delas é a gestão e governança do próprio Núcleo. Depois, a realização de fóruns temáticos, dando foco a quatro temas: agronegócios, diversidade, estatais e inovação. Estes debates vão apoiar nosso trabalho de interiorização: que é o de buscar nas empresas locais as referências e influenciadores de governança. Temos elaborado com a área de comunicação do IBGC a divulgação das atividades do instituto em mídias locais, pois é importante difundir e projetar na região o trabalho desenvolvido pelo IBGC. É importante fazer a sociedade local perceber o instituto como um centro de reflexão sobre a governança corporativa. 

Quais são pontos fortes e desafio da governança na região? 
Acho que tem um desafio que acaba virando um ponto forte que é a variedade das atividades. Então trata-se de uma região multifacetada. Então a gente tem que entender que se trata de mundos diferentes quando nós falamos de estatal e quando falamos de uma empresa familiar. As réguas de governança são distintas. Ao mesmo tempo, essa riqueza gera uma amplitude de temas que nos permite trazer muitos tipos de discussão, alinhadas com os pilares da Agenda Positiva de Governança. 

Como é este alinhamento dos pilares da Agenda Positiva de Governança?
São seis pilares. Um deles é ética e integridade. Outro é transparência e prestação de contas. Como não abordar estes dois pilares em uma região cheia de empresas estatais?  Outro exemplo é a inovação. Em uma região onde há montadoras, empresas de serviço, hospitais e indústrias farmacêuticas esse tema é eminente. Um quarto pilar é o ambiental e social. Sabemos todos que o setor de agronegócios não pode mais negligenciar questões climáticas e de cultivo sustentável. Diversidade e inclusão, outro pilar da Agenda Positiva de Governança, está no DNA da região, que tem, por exemplo, a Universidade de Brasília como um dos centros acadêmicos com maior número de alunos de etnia indígena no país. Ou seja, desenvolver a governança na região é trabalhar todos os pilares da Agenda Positiva. O compromisso com esses pilares nos leva naturalmente ao conselho do futuro, que é o sexto pilar ada Agenda. Porque o conselho do futuro é a linha de chegada da Agenda Positiva.