Estratégia e gestão de riscos devem refletir os propósitos da organização

Série IBGC Conecta debateu a continuidade dos negócios em startups e empresas estabelecidas

  • 02/04/2020
  • Equipe IBGC
  • Eventos

A estratégia das empresas deve caminhar ao lado da gestão de riscos, refletindo os propósitos da organização na mesma proporção, defendeu o vice-coordenador da Comissão de Riscos Corporativos do IBGC, Ricardo Lemos, durante a abertura do IBGC Conecta de quinta-feira (2 de abril). Sob mediação de Lemos, o webinar recebeu o sócio-gerente da Weston Capital Insights (WCI), Daniel Heise, o presidente da Massi Consultoria, Marcos Assi, e a presidente do Studio Estratégia e Auditoria, Roberta Volpato Hanoff, para um debate sobre a integração entre gestão de risco e a continuidade dos negócios em startups e companhias já estabelecidas.

Roberta explicou que a gestão de risco ajuda a empresa a conhecer melhor seu contexto, sua área de atuação e incentiva um exercício fundamental para questões financeiras, administrativas, de reputação, conformidade e outras reflexões relacionadas à análise crítica operacional do negócio. “Esse momento de crise é uma oportunidade de pensar a gestão corporativa de uma forma diferente, de pensar de uma maneira sistêmica e garantir um campo de diálogo aberto com stakeholders”, disse a presidente do Studio. “A atitude de empatia no ambiente corporativo em momentos como o atual se mostra essencial, em especial para o futuro das empresas após a pandemia”, corroborou Lemos.

Ela apontou também uma dificuldade dos conselhos de administração em compreender que a gestão de riscos agrega valor para o negócio, além de ajudar prever danos em diferentes esferas. “O cuidado com o risco mantém sustentáveis as relações da empresa com todas as partes interessadas”, detalhou. 

Ainda analisando o entendimento dos conselhos sobre a gestão de riscos, Assi falou da falta de sinergia entre equipes nas companhias. “Um gerenciamento de crise tem base na gestão de risco e implica interações e reuniões com diferentes partes da empresa, o que por diversos motivos deixa de acontecer, um deles passa pelo ego alguns conselheiros”, completou.

Do ponto de visto ético, Roberta e Assi foram enfáticos sobre a importância de um compromisso corporativo com a transparência e posturas responsáveis também e, principalmente, em momentos de crise. Na avaliação dela, o empresariado brasileiro tem dificuldade de pensar em remoção de risco olhando toda a cadeia do negócio. “Alguns empresários ainda não possuem um perfil preventivo, mas reativo”, afirmou. 

No caso das startups, a questão do risco assume um papel mais relevante, por conta da natureza do negócio. Segundo Heise, é primordial que empresas mais novas identifiquem seus possíveis ciclos de baixa ou de crise. Do lado mais prático, a ideia é buscar sempre um equilíbrio permanente entre receitas, controle de custos e mitigação de riscos. Além disso, o sócio-gerente da WCI falou sobre os desafios de balancear o apetite por risco das companhias mais jovens com as práticas de governança que ajudam a garantir a perenidade das empresas.

Em um olhar para o futuro, Heise apontou que não haverá recursos para investimentos tão cedo, já que muitos investidores olharão para salvar os negócios com capital já investido. “Esse quadro [de investimentos] deve voltar, mas de forma diferente, com novas propostas de valor relacionadas a redução de custos para quem conseguir enfrentar essa crise”, concluiu. 

Assista a seguir o debate na íntegra:

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