Saneamento básico: especialistas analisam governança em agências reguladoras na pandemia

Webinar debate atuação e fortalecimento dessas entidades em tempos de crise sanitária

  • 13/07/2020
  • Equipe IBGC
  • Eventos

As fragilidades do saneamento básico brasileiro ficaram evidentes diante do avanço da Covid-19 pelo país. Para debater a atuação e o fortalecimento das agências reguladoras do setor em um contexto de crise sanitária, o IBGC Conecta de sexta-feira (10 de julho) reuniu visões de especialistas em nível federal e estadual. 

Participaram do encontro virtual o diretor-presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Benedito Braga, a diretora-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Christianne Dias, e o diretor-presidente da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), Helio Luiz Castro. A moderação do webinar foi do professor e coordenador do Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Gesner Oliveira.

Christianne falou dos desafios de equacionar toda a regulamentação de funcionamento do setor em meio à crise. De acordo com ela, a pedido dos usuários, um calendário de cobranças foi prorrogado pela organização, além de outras ações de aporte de pesquisas em esgotos para avaliar a presença do vírus nas mais diversas regiões do país. Como um aprendizado desse período, o uso intenso da tecnologia tem sido uma adaptação difícil, na avaliação da executiva. No entanto, passada a pandemia, ela acredita que a agência irá desenvolver um projeto piloto de teletrabalho permanente, um pedido antigo dos colaboradores.

Já na Arsesp, Castro contou como a agência manteve seus processos de fiscalização do setor, além de organizar o controle das entregas de seus funcionários que estão trabalhando em casa, considerando sempre questões psicológicas e comportamentais relacionadas aos colaboradores. “Postergamos ainda reajustes tarifários, abrimos mão da taxa anual de regulação arrecada pelos concessionários e impedimos que houvesse cortes por conta de inadimplência, todas ações ordenadas em conjunto com a cadeia”, assegurou.

Braga apontou como a Sabesp já estava contando com um momento de crise para esse ano, mas foi ainda mais surpreendida pela quarentena implementada a partir de março. Segundo ele, a companhia refez seus cálculos anuais, com readequações significativas de gastos e investimentos. “O impacto econômico foi mitigado por meio dessas ações e hoje estamos navegando tranquilos nessa perspectiva econômica, nossos financiadores têm sido generosos na dilação dos vencimentos. A pandemia trouxe uma situação grave, mas que conseguimos resolver, com segurança hídrica”, completou. 

Assista o debate na íntegra:

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