O IBGC está consolidando uma iniciativa que pretende reunir a comunidade empresarial brasileira em Portugal na discussão de temas ligados à governança corporativa local e internacional.
O líder dessa nova frente, a convite do instituto, é o associado Guilherme Athia, profissional com mais de 30 anos de experiência em liderar estratégias de assuntos corporativos e governança em empresas globais como Nike e Renault.
Especializado em alinhar negócios às expectativas dos stakeholders e promover essa confiança em governos, mídia, ONGs e organizações internacionais, Guilherme cofundou e presidiu o think tank IrelGov (Instituto de Relações Governamantais) e desenvolveu o framework M.E.M.O.®️ — Mapear, Executar, Medir, Otimizar — como uma ferramenta prática de governança.
Para o consultor, a iniciativa do IBGC é um espaço de debate sobre as novas regulamentações da União Europeia, “com impacto global na governança corporativa, beneficiando as organizações portuguesas e brasileiras com uma troca de conhecimento empresarial de alta qualidade”. Leia a entrevista concedida por Guilherme.
Blog IBGC: Qual o objetivo de criar uma conexão direta do IBGC com a comunidade brasileira em Portugal no que diz respeito à governança corporativa?
Guilherme Athia: A intenção é organizar a comunidade de conselheiros e parceiros do IBGC em Portugal para promover uma troca de práticas de governança e experiências internacionais, fortalecendo o relacionamento entre os associados que residem ou trabalham em Portugal.
Além disso, a iniciativa permite que a comunidade do IBGC se aproxime do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), criando oportunidades para que ambos os países compartilhem experiências e conhecimentos que agregam valor e oferecem visão diversificada e adaptada ao mercado de cada região, considerando Portugal uma importante porta de entrada para o cenário da governança na União Europeia.
Quais as propostas iniciais a serem desenvolvidas?
Entre as iniciativas estão eventos de networking, encontros executivos e workshops sobre governança corporativa. Esses encontros visam explorar temas globais e regionais de governança, incluindo práticas sustentáveis e éticas, adaptadas ao cenário europeu e latino-americano.
A programação será ajustada ouvindo todos os membros da comunidade e nossos parceiros do IPCG, para atender às necessidades tanto de empresas brasileiras quanto portuguesas.
O IBGC não é só para conselheiros; é um espaço de discussão aberto a todos os interessados em governança. Ressaltamos que essa iniciativa não implica que o IBGC vá operar em Portugal; o objetivo é organizar a comunidade local de conselheiros e parceiros, estabelecendo uma relação colaborativa com o IPCG. Por isso, convido os conselheiros e parceiros do IBGC a nos contatarem o quanto antes.
Como estão os contatos com o Instituto Português de Corporate Governance?
Há grande interesse em formar uma parceria com o IPCG, dado o alinhamento em áreas como promoção de transparência, boas práticas de governança e fortalecimento de lideranças responsáveis.
Ambos os institutos incentivam o modelo comply or explain (“pratique ou explique”) e dão ênfase à independência dos conselhos e à prestação de contas, com foco em práticas que visam a longevidade e resiliência organizacional. O IBGC é um think tank e faz a curadoria do conhecimento, o que torna essa nova comunidade em Portugal inovadora e de grande valor para ambos os países.
Em julho, Valeria Café, diretora-geral do IBGC, e João Moreira Rato, presidente do IPCG, apresentaram essa visão de parceria em evento no WTC Lisboa, reforçando a importância do alinhamento entre Brasil e Portugal.
Como é o sistema de governança corporativa em Portugal?
Portugal tem avançado na governança corporativa, impulsionado por práticas de transparência, ética e responsabilidade corporativa. A expansão do setor de inovação, escolas de negócios de prestígio e um ecossistema dinâmico de empresas reforçam o potencial do país para liderar em sustentabilidade e práticas de governança sólidas.
A atuação do IPCG, fundada na promoção das melhores práticas de governança, tem contribuído para a eficiência econômica, a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentável do mercado português. O IPCG não só defende a transparência nas relações corporativas, mas também realiza a revisão periódica do
Código de Governo das Sociedades para que as melhores práticas internacionais estejam refletidas no mercado local.
A conexão com o IBGC tem potencial para enriquecer esses pilares, permitindo que ambos os institutos compartilhem experiências e perspectivas. Essa comunidade de Portugal é a primeira do IBGC fora do Brasil e fortalece a visão de um ambiente de negócios mais seguro e confiável. Além disso, a parceria cria um espaço de debate sobre as novas regulamentações da União Europeia, que têm impacto global na governança corporativa, beneficiando as organizações portuguesas e brasileiras com uma troca de conhecimento empresarial de alta qualidade.
Fale sobre seu papel na construção da comunidade.
Vivo em Portugal há três anos e meio, depois de sete anos em Bruxelas. Nessa jornada, sinto-me honrado em contribuir para o IBGC, facilitando a criação dessa nova comunidade em Portugal, que representa a primeira conexão de associados do IBGC fora do Brasil. Como membro ativo do IPCG e do Instituto de Diretores (IoD), no Reino Unido, acredito na troca de conhecimentos e na construção conjunta de um conceito de governança que inclua, mas vá além do conselho de administração. Esse projeto, além de inovador, reforça meu compromisso de impulsionar a evolução da governança com uma visão global e acessível a todos.
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