Não há transformação em ambientes autocráticos

Diversidade e ética figuram como fatores-chave de sucesso de empresas inovadoras

  • 24/06/2019
  • Mayara Baggio
  • Encontro de Conselheiros
backgroundImageAlt1

Miranda, Betania e Genesini durante o último painel do evento. Crédito: Hara Fotógrafo

É possível que haja uma receita para o sucesso das empresas? Uma bússola que guie um desenvolvimento inovador ideal para as companhias? Essas foram as questões colocadas pelo conselheiro de administração do Grupo Algar, Silvio Genesini, para o último painel de discussões do 7º Encontro de Conselheiros do IBGC, em São Paulo

Segundo Genesini, aspectos como diversidade, qualidade de execução, ética, transformação digital e experiência centrada no usuário são essenciais em companhias ditas inovadoras.

Sócia-fundadora da Betania Tanure Associados, Betania Tanure apontou o medo da mudança, da saída de uma zona de conforto, como um dos principais inimigos de uma empresa que realmente se transformou de forma inovadora. "Os profissionais brasileiros foram capacitados para a gestão do risco e não para a gestão da incerteza, por isso o medo ganha mais força", explicou.

Para ela, ambientes autocráticos restringem condições para inovação ou transformação. "Sem espaço para mudanças, não há oportunidade de transformação", garantiu Betania, que também atua como conselheira de administração da MRV e do Magazine Luiza, além de fazer parte do comitê de pessoas da Gol Linhas Aéreas.

"Os conselhos se percebem como fiscalizadores, de olho no passado e no presente, nunca no futuro. Por si só, esse já é um perigoso freio de mão para o colegiado", detalhou a consultora. Ela criticou ainda os egos de muitos conselheiros que estão preparados apenas para responder e nunca para compreender. 

Já o presidente da Votorantim, João Miranda contou a experiência da companhia que já completa 100 anos. Nesse período, a empresa passou por um crescimento exponencial do país, com custos de moeda fraca diante das vendas para o exterior, um processo de internacionalização e mudanças de mercado.

De acordo com Miranda, a gestão unificada perdeu lugar para tomadas de decisão coletivas e inspiração de modelos de governança de empresas abertas. "Compreendemos que olhar para o futuro, diante de tanta insegurança e expectativas desancoradas, era buscar uma transformação focada no cliente", contou.

O 7º Encontro de Conselheiros é uma iniciativa do IBGC e tem o patrocínio da B3, KPMG, Bradesco e Itaúsa, além do apoio da Mediastream e do WomenCorporateDirectors (WCD).

Confira as últimas notícias do Blog IBGC