ESG será prioridade dos boards após a pandemia

Pesquisa global do GNDI aponta que maior competição por talentos, inovação e gestão de riscos estarão nas pautas futuras

  • 10/02/2021
  • Equipe IBGC
  • IBGC Comunica

As questões ambientais, sociais e de governança, concentradas atualmente na sigla ASG, estarão mais presentes na pauta dos conselhos de administração depois da pandemia de Covid-19.  É o que mostra a pesquisa “GNDI 2020-2021 Survey Report – Board governance during the Covid-19 crisis: Análise dos Resultados Brasileiros”, assinada pelo Global Network of Directors Institutes (GNDI), grupo que congrega institutos de governança ao redor do mundo e tem o IBGC como representante no Brasil.

O relatório, disponível também na versão em inglês, mostra o que estará no centro das atenções dos conselhos nos próximos anos, além de salientar o papel da resiliência das empresas no enfrentamento da crise. “O estudo mapeia quais foram os principais desafios diante de um momento sem precedentes, como o que estamos vivendo”, ressaltou Pedro Melo, diretor geral do IBGC. 

Valor aos stakeholders

Entre os respondentes, 85% acreditam que, no longo prazo, as empresas darão maior foco em questões ASG, de sustentabilidade e de geração de valor para stakeholders. Outras tendências são maior necessidade de reposicionamento dos negócios (82%) e aumento da competição de talentos.

Em complemento à avaliação das tendências emergentes para os conselhos de empresas, a garantia da segurança e saúde dos empregados e a supervisão da estratégia surgem como preocupações dos entrevistados globais. Já os brasileiros apontam o gerenciamento de riscos (50%) e a melhoria dos planos de crise (38%) como principais necessidades. 

Fraquezas em comum 

Tanto para a amostra mundial quanto para a nacional, as empresas não estavam preparadas para lidar com a Covid-19, mas a percepção é que os conselhos têm conseguido atuar efetivamente dentro deste novo cenário. Os comitês de crise (ou de outras funções) foram de grande valia para ajudar o conselho na resposta à pandemia e o plano de gerenciamento de crise tem sido eficaz.

Enquanto para os respondentes brasileiros as três principais forças das suas organizações em resposta à crise da Covid-19 foram valores e propósito (94%), resiliência (88%) e plano de continuidade dos negócios (87%), na amostra global as áreas mais destacadas foram gestão de crises, comprometimento do staff e adaptabilidade organizacional. 

Duas fraquezas são comuns aos cenários brasileiro e internacional: competência digital e infraestrutura. Na opinião dos participantes, os principais desafios enfrentados pelos conselhos foram ajustar a estratégia da organização ao novo ambiente e mercados, e garantir a efetividade das decisões que afetassem seus stakeholders

Reuniões de conselho on-line 

Cerca de 70% dos respondentes brasileiros entendem que até 60% das reuniões de conselho devem ser realizadas no formato virtual mesmo depois da crise. Esse percentual é de pouco mais de 80% na amostra global. Os conselheiros (87%) consideram que uma maior informatização do conselho e reuniões mais frequentes serão importantes para dinamizar a sua atuação.

O esgotamento e estresse decorrentes do ambiente virtual constante também apareceu no estudo como um dos principais desafios de adaptação para os conselheiros. “São reuniões longas, que carecem de atenção e normalmente esses profissionais integram mais de um conselho”, mencionou Melo, se referindo aos 37% de respondentes que sinalizaram o cansaço na condução dos encontros on-line

O estudo foi realizado com 1.964 conselheiros - sendo 94 brasileiros -, de 17 institutos, e apresenta os resultados gerais e agregados em quatro regiões: Ásia e Oceania; Europa, Oriente Médio e África; América do Norte; e América do Sul. A pesquisa desenvolvida pelo GNDI foi aplicada no formato de questionário (survey) por diversos de seus institutos-membro, em seus respectivos países. No Brasil, a fase de coleta compreendeu o período de 21 de agosto a 28 de setembro de 2020, e teve como público-alvo principal os conselheiros de administração.

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