A pesquisa
Mudanças Climáticas – Avaliação do Nível de Preparo no Tema, realizada pelo IBGC traça um panorama sobre como os executivos e membros dos conselhos administrativos e fiscais estão percebendo e lidando com o assunto dentro de suas organizações. O estudo tem como objetivo avaliar o quão preparadas as empresas e os seus administradores estão para lidar com o tema.
De acordo com a
pesquisa, que busca identificar a situação ideal e a desejada na percepção dos administradores sobre suas organizações, um dos pontos principais, analisando de maneira global a amostra sem segmentá-la, é que, em 12 das 17 práticas avaliadas (70,5%), o “estágio meta” almejado pelos respondentes é o mesmo em que a organização já se encontrava.
Outro ponto importante a ressaltar é que, segundo os administradores, suas empresas também estão em “conformidade” com todos os aspectos avaliados na pesquisa - pegada de carbono, compliance, sentimento, risco e oportunidade. Porém, em apenas cinco práticas há intenção de que a empresa atinja o estado “proativo” de maturidade (29,5%) nos seguintes itens: mensuração e identificação da causa da pegada de carbono; desenho de produtos e serviços que minimizem a emissão de gases de efeito estufa (GEE); clareza e alinhamento com os sentimentos dos stakeholders e dos clientes B2B sobre as mudanças climáticas; e estratégias de longo prazo, planos e recursos para mitigar riscos, garantir resiliência e administrar a transição.
O estudo do IBGC também demonstrou, sempre na visão dos gestores entrevistados, que as organizações com faturamento de até R$ 20 milhões e aquelas acima de R$ 1 bilhão encontram-se “em conformidade” com todos os aspectos avaliados. Quando a amostra é avaliada quanto ao tipo societário das organizações, outros pontos chamam atenção. Segundo o estudo, as cooperativas são as que menos avançaram no tema. São consideradas “despreparadas” em nove das 17 práticas avaliadas (53%). Em seguida, vêm as sociedades limitadas (35%). As de capital fechado, as de capital aberto e as instituições do Terceiro Setor consideram-se “em conformidade” com relação a todas as práticas avaliadas.
Por outro lado, a pesquisa, além da baixa aderência à meta de proatividade, anteriormente citada, constatou um fator preocupante: em nenhuma das práticas avaliadas, as organizações têm, na média, ambição de serem “líderes”, conforme a percepção dos respondentes. Os dois indicadores são um alerta importante. Afinal, considerada sua influência entre colaboradores, clientes, stakeholders, consumidores, poder público e toda a sociedade, as empresas não devem abdicar da responsabilidade de propor e liderar ações em favor do meio ambiente.
Tais propósitos reforçam o papel do IBGC e do Chapter Zero, rede mundial contra as mudanças climáticas, cujo representante no Brasil é a entidade, na sensibilização e capacitação das lideranças, promovendo a discussão e a educação continuada dos administradores. Nesse sentido, na trilha de ESG (meio ambiente, social e governança corporativa), é fundamental o entendimento desses princípios como estratégicos para os negócios.
Cabe, ainda, clara compreensão sobre o significado de incluí-los na missão do conselho de administração como contribuição efetiva para uma sociedade e um mundo melhores. A ampla disseminação desses conceitos entre os gestores é decisiva para que as empresas, muito além da conformidade com as práticas ambientais, sejam lideranças e influenciadoras de opinião. Ao atingirem tal estágio, aumentarão exponencialmente a relevância de seu papel na luta da humanidade contra o aquecimento da Terra.