Remuneração média anual de conselheiros de administração aumenta 42,2% em dois anos, aponta IBGC

Estudo considerou amostra de 233 empresas listadas e traz análises sobre as remunerações de diretores-presidentes e presidentes de conselhos

  • 14/02/2020
  • Equipe IBGC
  • IBGC Comunica

Os conselheiros de administração tiveram, de 2106 para 2018 (dado mais recente disponível no Formulário de Referência), um aumento médio de 44,2% na sua remuneração total anual, que continua majoritariamente baseada apenas em parcela fixa (utilizada como única forma de remuneração em 77% das empresas listadas em bolsa participantes da amostra). Apenas 23% das companhias estudadas utiliza algum tipo de remuneração variável ou baseada em ações ou renda variável, vinculada ao desempenho. Entre as companhias participantes do índice Ibovespa, a remuneração total é 1,9 vezes maior que a média das empresas listadas, passando para 3,1 vezes quando comparada apenas àquelas que não compõem o índice. Os números fazem parte da sétima edição da pesquisa Remuneração dos Administradores, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), cujo objetivo é apresentar ao mercado informações referentes às remunerações de conselheiros de administração, conselheiros fiscais e diretores estatutários das empresas listadas.

“A remuneração serve de instrumento para o alinhamento de interesses entre administradores, os investidores, os stakeholders e a empresa. A correta definição da política de remuneração de conselheiros e diretores e das metas, indicadores e valores de remuneração são fundamentais para um direcionamento adequado de como e em que direção o negócio será conduzido. Estamos nos aproximando das assembleias anuais e os resultados da pesquisa podem ajudar esses públicos em seu processo de análise”, explica o presidente do conselho de administração do IBGC, Henrique Luz.

Uma novidade nesta edição são as análises relativas ao CEO Pay Slice (CPS) e ao Chairman Pay Slice (ChPS). Ambas trazem um entendimento sobre a diferença entre a remuneração do diretor-presidente em relação aos demais diretores (em média, 2,7 vezes maior) e entre a do presidente do conselho e a dos demais conselheiros (em média, 3,2 vezes maior).

Em relação aos diretores estatutários, a pesquisa aponta um crescimento de 33,3% na remuneração anual total em 2018, quando comparada ao ano de 2016. No que diz respeito à composição desse pagamento, 89% das empresas integrantes da amostra fazem uso de remuneração variável e/ou a baseada em ações além da parcela fixa (apenas 11% delas remunera seus diretores apenas com salário fixo). Já a remuneração dos conselheiros fiscais foi a que apresentou o crescimento menos expressivo, de apenas 16,2%.

A pesquisa também apresenta dados em relação aos indicadores de desempenho utilizados para a definição das parcelas variáveis da remuneração por 66 empresas do Ibovespa. Elas informaram um total de 394 indicadores, com muitos deles se repetindo entre as companhias.

“Embora muito se discuta sobre o papel que as companhias têm em relação às questões sociais e ambientais, muito mencionado pelas próprias empresas e cada vez mais demandado por investidores e sociedade, a pesquisa mostra que a remuneração ainda é muito baseada nos indicadores de desempenho tradicionais: Ebitda, desempenho individual, satisfação dos clientes e lucro líquido”, diz Luiz Martha, gerente de Pesquisa e Conteúdo do IBGC.

Comparando os segmentos de listagem na bolsa, o Nível 1 foi o que apresentou o maior crescimento percentual de remuneração para os conselheiros de administração em 2018, com 80,2%. No mesmo período, o destaque no caso dos diretores estatutários foi o Nível 2, com 40,5% de aumento. O Nível 1 também se destacou com a presença do conselho fiscal em 100% das empresas, enquanto esse percentual é de 71,2% na amostra total.

A pesquisa foi produzida a partir da análise dos dados de 233 empresas listadas em bolsa, divulgados nos Formulários de Referência de 2019 e referentes ao exercício social 2018. As companhias se dividem em três segmentos diferenciados de governança corporativa (Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado) e Bolsa (Tradicional) da B3. A publicação é usada como referência para ajudar empresas e investidores em sua tomada de decisões.

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