Quanto recebe um conselheiro em empresas de capital fechado?

1° estudo sobre o tema aponta que 80% dos conselheiros de administração são remunerados por atuação nos boards

  • 23/11/2020
  • Equipe IBGC
  • Congresso

A 1ª edição da pesquisa “Remuneração de Conselheiros em Empresas de Capital Fechado” mostrou que 57,6% dos conselheiros de administração e 61,9% dos conselheiros consultivos ganham até R$ 15 mil por mês. O levantamento foi feito com 269 respondentes, entre conselheiros de administração e consultivos, com o objetivo de mapear as práticas de remuneração mensal adotadas por essas corporações. 

O estudo pioneiro e inédito faz parte da série IBGC Pesquisa e foi divulgado na segunda-feira (23), durante a abertura da última semana do 21º Congresso IBGC. De acordo com a pesquisa, 25,5% dos conselheiros de administração ganham entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. 

A pesquisa mostrou ainda que 82,5% dos conselheiros de administração recebem por sua atuação. Para Luiz Fernando da Costa Dalla Martha, gerente de pesquisa e conteúdo do IBGC, os dados servem de subsídios e como benchmark. “Tanto às empresas quanto aos próprios conselheiros, sobre a remuneração que o mercado pratica”, disse Martha.

.Última fronteira da governança

Os dados indicam não haver diferença considerável em relação ao universo de conselheiros consultivos remunerados, que equivale a 81,6% nas empresas de capital fechado. Já em relação à faixa de remuneração, entre os conselheiros consultivos ela concentra-se naquela que vai entre R$ 5 mil até R$ 10 mil: 26,2%. No entanto, quando o conselho consultivo está formalizado em estatuto ou contrato social, a remuneração de seus membros se concentra na mesma faixa que os conselheiros de administração: entre R$ 10 mil até R$ 15 mil. 

Para Célia Assis, sócia diretora na Drixx membro da Comissão de Conselhos de Administração e do Conselho do Futuro do IBGC, a relação entre a formalização da função e uma maior remuneração é importante de ser destacada. “É um indício de que há entendimento sobre a responsabilidade do conselheiro consultivo, o que vai ao encontro da adoção de boas práticas de governança corporativa”, acrescentou Célia. 

Joaquim Rubens, coordenador do mestrado em gestão empresarial da FGV/EBAPE, conselheiro de empresas e consultor em governança corporativa, considera ainda que a pesquisa traz uma série de compreensões sobre este tipo de estatuto societário, do qual faz parte o maior número de empresas do país. “Conhecer melhor as empresas de capital fechado é a última fronteira a ser explorada para a expansão da governança no Brasil”, disse Rubens.

Remuneração fixa

Outro ponto que chamou a atenção do estudo é que cerca de 90% dos respondentes não recebem nenhum tipo de remuneração variável. "Isso denota um comprometimento a longo prazo do conselheiro com a empesa", acentuou Arlete Nese, sócia da Consultoria ON Valor, cofundadora da Longevità Previdência e membro da Comissão de Finanças e Contabilidade do IBGC.

Segundo a pesquisa, pouco mais da metade (56%) de conselheiros de administração não faz jus a quaisquer benefícios ou seguros adicionais. Entre os benefícios e seguros recebidos, o seguro D&O - seguro de responsabilidade profissional de executivos - prevalece (34,4%). O estudo mostrou ainda que o direito ao seguro D&O é diretamente proporcional ao faturamento da empresa: 72% dos conselheiros em empresa com faturamento acima de R$ 300 milhões têm o seguro.

Primeira fotografia

Para Luiz Martha, mesmo não tendo sido uma pesquisa qualitativa, os insights trazidos pelo levantamento já incitam a realização de novas edições mais aprofundadas. “Tivemos 269 respondentes. Consideramos uma boa base para quem partiu do zero em termos de dados”.

Martha lembra que não chega a ser uma amostra significativa do ponto de vista estatístico. “Mas é o suficiente para dar uma boa fotografia inicial de como conselheiros são remunerados nas empresas de capital fechado”.

O 21º Congresso IBGC acontece entre 3 e 27 de novembro e conta com patrocínio de KPMG, B3, Brunswick, Diligent, Bradesco, Cielo, Domingues Advogados, INNITI, Itaúsa e Nasdaq MZ. Para saber mais, acesse aqui 

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