O 2º Seminário de Governança do Nordeste vem aí

As diferentes perspectivas de governança corporativa serão apresentadas em evento por stakeholders representativos da região

  • 30/08/2024
  • Angelina Martins
  • Capítulos

O 2º Seminário de Governança do Nordeste se aproxima. Com data marcada para o dia 5 de setembro, das 13 às 18 horas, no auditório Carlos Alberto Studart Gomes, em Fortaleza, o evento reserva oportunidades para trocas e discussões em diferentes abordagens de governança corporativa.

Durante o evento, que tem a curadoria das regionais do IBGC em Pernambuco, Ceará e Bahia, os participantes conhecerão a trajetória de empresas familiares, organizações do terceiro setor e do futebol. Veja a programação:

● Painel governança e ESG em empresas familiares com Aderson Uchôa, CFO da Solar Coca-Cola.
●Painel ESG e Inovação com Propósito, por Jefferson Vianna, fundador da Associação Cactus e Valcléia Solidade, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da Fundação Amazônia Sustentável. A moderação será de Alciléia Farias, coordenadora do Núcleo ESG da Federação das Indústrias do Estado do Ceará.
● Painel Governança no Futebol, por Geraldo Luciano, conselheiro na Portobello, Brisanet e Marisa; e conselheiro consultivo do grupo Marquise, grupo FAN e Itaueira agropecuária; Guilherme Bellintani, e x-presidente do Esporte Clube Bahia, e Thiago Dória, advogado do Esporte Clube Bahia. A moderação ficará a cargo de Heloísa Rios, CEO da Universidade do Futebol e membro do conselho da YDUQS.

A seguir, acompanhe entrevista com um dos curadores do painel sobre Futebol, Thiago Dória, que é membro da comissão temática Conselho de Administração do IBGC, e que já integrou o espaço colaborativo IBGC Dialoga Futebol.

Blog IBGC: Qual a importância de se realizar um seminário sobre governança na região nordeste?
Thiago Dória: Por diversos fatores históricos e socioeconômicos, o Nordeste do Brasil enfrenta desafios mais complexos no desenvolvimento dos seus negócios e na atração de investimentos. A cultura da governança, contudo, encontra solo fértil na região, que também desponta nas iniciativas sociais e ambientais, mostrando sua vocação para ser um grande polo ESG no país. Neste cenário de desafios e oportunidades, a realização do Seminário Nordeste - um evento regional, mas com repercussão nacional - confirme a potência do Nordeste e atesta o notável crescimento do IBGC, capitaneado pelos Capítulos Ceará e Pernambuco e pelo Núcleo Bahia.

Poderia comentar o porquê de governança no futebol ser um dos temas selecionados para o evento?
O futebol tem uma força motriz impressionante, e é um dos pilares da vida dos brasileiros. É assunto em qualquer lugar. Não à toa, diversas questões sociais do país encontram no futebol um veículo de difusão importante. Sob esse aspecto, o tema da governança também encontra, no futebol, um meio muito interessante para abordar problemas mais complexos de maneira acessível.

De outro lado, desde os anos 2010, percebemos uma crescente preocupação das empresas e organizações brasileiras em relação à governança e, principalmente, à integridade, o que também se projeta sobre o futebol, que tem amadurecido como mercado, como indústria.

O interesse pelos rankings de transparência e pelas análises financeiras dos clubes, a criação do formato de Sociedade Anônima do Futebol (inclusive com destaque de interesse pela CVM), o surgimento de ligas e investidores internacionais, a implantação de setores de compliance em diversos clubes, e as discussões sobre os modelos de fair play financeiro são temas que denotam essa ebulição, que certamente merece uma atenção especial de todos nós, estudiosos da governança corporativa.

Os clubes brasileiros estão fazendo o movimento de implantação da governança?
Seria um diferencial competitivo? Não há dúvidas que a boa governança fornece um diferencial fantástico a qualquer organização que a adote de forma comprometida e legítima. A cultura do futebol brasileiro - de dirigentes, torcedores, imprensa, atletas, empresários - vem apresentando algumas mudanças importantes na última década. E é graças a isso que muitos clubes, de todos os tamanhos, têm descoberto as vantagens de trabalhar por resultados mais sólidos e duradouros, dentro das melhores práticas de governança.

Isso se relaciona a stakeholders que cobram mais transparência das organizações?
Sim. Além disso, torcedores passaram a acompanhar o endividamento dos clubes e os contratos dos jogadores, questões de integridade envolvendo atletas e patrocinadores também ganharam mais atenção, e as avaliações da opinião pública não estão mais restritas ao placar do jogo de domingo. Clubes com orçamentos menores, mas com boa governança (como Fortaleza e Bahia) começam a alcançar resultados consistentes, fruto de um trabalho bem-feito, enquanto outros, com problemas institucionais, têm tido maior dificuldade de apresentar resultados em campo - o que outrora servia de cortina de fumaça, mas não serve mais. Por óbvio, é um movimento que ainda demandará tempo para alcançar uniformidade dentro do setor, mas podemos afirmar que é um vetor positivo e, ao que parece, irreversível. Que assim seja.


Inscreva-se aqui e participe do 2º Seminário de Governança do Nordeste, no dia 5 de setembro.

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