Abrir ou não o capital da empresa?

Leonardo Resende, da B3, ressalta que a decisão de abrir o capital de uma companhia deve ser cuidadosamente avaliada

  • 21/05/2024
  • Angelina Martins
  • Bate-papo

Ao integrar a grade de cursos do IBGC, “Conselheiro, IPO e Companhia Aberta: Decisões e Responsabilidades” tem abordagem atualizada e atende a demanda de capacitar profissionais com uma visão ampla do mercado financeiro e de capitais. São oferecidos conceitos e ferramentas essenciais ao exercício das funções de um profissional do mercado financeiro. E sendo a B3 uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de balcão, o Blog IBGC convidou Leonardo Resende, superintendente de relacionamento com empresas na B3 para uma conversa sobre as fases de preparação de um IPO, sua execução e pós. Na entrevista também são discutidas as decisões estratégicas tomadas pelo conselho de administração e sócios de empresas. Acompanhe!

Blog IBGC: Qual a sua visão sobre o mercado de capitais brasileiro?
Leonardo Resende: Como responsável pelo relacionamento com as empresas listadas e fechadas na B3, tenho uma visão bastante positiva sobre o mercado de capitais brasileiro. O Brasil possui uma economia robusta e diversificada, o que atrai investidores nacionais e estrangeiros interessados em se tornarem sócios de empresas brasileiras. Isso é possível porque temos uma regulamentação robusta e confiável e a supervisão exemplar exercida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que garantem maior transparência e segurança nas operações realizadas através do mercado de capitais.

Além disso, na B3 estamos sempre evoluindo nossas regras para mantê-las mais atualizadas, trazendo segurança para o investidor e atraindo capital. Exemplos disso são a Consulta Pública do Novo Mercado, que acontece agora para discutir com todo o mercado a evolução do segmento de Governança Corporativa da B3, e o lançamento recente do B3 Ações Verdes, que identificará as companhias listadas na B3 com impacto climático positivo.

Por que a B3 é importante para a abertura de capital das empresas?
A B3 é a bolsa de valores do Brasil e desempenha um papel fundamental na abertura de capital das empresas. Através do processo de Initial Public Offering (IPO), as empresas podem oferecer ações ao público e diversificar suas fontes de recurso ao captar para financiar seus projetos de crescimento.

Abrir o capital da empresa é uma estratégia que apoia o crescimento e perenidade do negócio. Ao captar recursos no mercado de capitais, a empresa pode investir em projetos de expansão, aquisições, pesquisa e desenvolvimento, entre outros. A abertura de capital também confere mais visibilidade e credibilidade à empresa, o que pode facilitar o acesso a novos financiamentos e parcerias estratégicas. Além disso, no caso de empresas familiares, a profissionalização da gestão, entrada de novos sócios e separação de papéis entre gestores e administradores garantem a perenidade da companhia.

É aqui, na B3, que acontece este processo da abertura de capital das empresas. Ao listar suas ações na bolsa, elas ganham mais visibilidade perante investidores. E é no ambiente regulado e transparente da B3 que as empresas têm a capacidade de aumentar a confiança dos investidores e a possibilidade de negociação dos papéis. Soma-se a isso que, muitas vezes, o financiamento através da emissão de ações e ao se tornar uma empresa de capital aberto, os recursos tradicionais de dívida e crédito podem ter seu acesso mais barato e facilitado.

Como tornar assertiva a tomada de decisão dos sócios e administradores pelo IPO?
É fundamental que seja realizada uma análise criteriosa do mercado e da empresa. É importante avaliar o momento econômico, as perspectivas do setor de atuação e a estratégia de crescimento da empresa. A B3 apoia as empresas durante esta chegada, seja através do Conexões de Valor, nosso programa de relacionamento que reúne companhias fechadas com abertas que já passaram pelo processo de IPO para compartilhar experiências, seja com materiais e discussões que facilitem a chegada da empresa ao mercado.

Fale sobre as responsabilidades dos administradores após o IPO.
Após o IPO, os administradores têm responsabilidades adicionais em relação à empresa e aos acionistas. Eles devem zelar pelo cumprimento das leis e regulamentações aplicáveis ao mercado de capitais, além de garantir a transparência na divulgação de informações financeiras e operacionais da empresa. Aqui, verificamos a crucial importância da governança corporativa e do papel das instâncias de decisão independentes e confiáveis que garantem a acionistas, controladores, administradores e demais stakeholders que todas as decisões estão sendo tomadas maximizando o benefício e valor da companhia.

Vale ressaltar que a decisão de abrir o capital deve ser cuidadosamente avaliada, levando em consideração também os custos e obrigações adicionais que serão colocadas à empresa, como a necessidade de divulgação de informações periódicas, a conformidade com as normas da CVM e o olhar atento dos investidores. Para apoiar nesta avaliação e decisão, conte com a B3.



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