O combate à corrupção foi o tema do fórum de debates “Compliance e integridade corporativa: passamos da fase do combate à corrupção?” promovido pelo IBGC no dia 16 de abril, em sua sede em São Paulo (SP) e em formato híbrido.
Para participar das discussões sobre o tema, o IBGC convidou Marcelo Vianna (secretário de integridade privada da Controladoria-Geral da União (CGU)) e Reynaldo Goto, diretor de compliance da BRF e gerente de projetos da força-tarefa de compliance e integridade do B20.
“Percebemos que houve mudança no teor das discussões de compliance. Se naquela época a preocupação eram as fraudes, outros temas ganharam evidência nos últimos anos, como diversidade, equidade e inclusão, direitos humanos, saúde, meio ambiente e inteligência artificial. Será que mudamos de foco ou o risco de corrupção continua no centro das atenções?, apontou Danilo.
Sobre essa observação, Marcelo ressaltou a aprovação de uma resolução brasileira em convenção anticorrupção da ONU, que promovia o engajamento dos países em assumir a responsabilidade, aplicando o conceito de integridade de modo mais amplo, com medidas em relação ao meio ambiente, desenvolvimento sustentável, e até mesmo equidade.
Em uma de suas interlocuções, Marcelo Vianna destacou também os movimentos que os países podem fazer pela integridade das companhias – não colocando a carga desse papel somente nas empresas privadas: “Enxergamos que os governos possuem um papel muito importante em encorajar as empresas a atuarem, e isso significa criar estruturas de incentivo para que se sintam mais motivadas a trabalhar de forma integral, para terem mecanismos e instrumentos internos que visem a integridade”, detalhou.
Reynaldo Goto, por sua vez, dividiu com os presentes alguns aprendizados obtidos por ele em sua jornada, ressaltando a legislação brasileira, que segue preceitos internacionais, e a contribuição da profissionalização dos conselhos no processo de construção da governança nas empresas.
O executivo citou exemplos internacionais de corrupção e escândalos corporativos. Disse que o exercício da governança se vê nos momentos de crise e que, apesar de alguns retrocessos, há investimentos no tema, exemplificando a atuação do IBGC que, em suas palavras, “virou um porto seguro para pessoas bastante preocupadas com qualificação dos conselheiros – e com isso, vejo claramente a melhoria em relação à profissionalização dos conselhos, um efeito colateral da legislação”.
Daqui a alguns dias, os associados do IBGC podem acessar no
Portal do Conhecimento a íntegra do Fórum, com as palestras e respostas às perguntas dos participantes.