O caos que atinge o sistema de saúde de todo o mundo pode trazer perdas significativas para a economia real. “Se a crise não for suficientemente amparada por medidas econômicas específicas, ela poderá se estender ao sistema financeiro com consequências ainda maiores”, segundo estudo proposto pelo sócio da Roland Berger, Jorge Pereira Costa.

O potencial negativo da Covid-19 para a economia foi alvo de análise do IBGC Conecta de segunda-feira (30 de março), com mediação do membro da Comissão de Inovação do IBGC, Celso Ienaga, e a participação de Costa e os outros dois sócios da consultoria, Gustavo Lopes e Marcus Ayres.

Os especialistas traçaram três cenários possíveis sobre os impactos econômicos da crise atual no mundo. No primeiro, haveria uma recuperação veloz, com uma crise de um trimestre de duração e uma retomada relativamente rápida das atividades, assim como vem acontecendo na China.

Já na segunda hipótese, a retomada econômica ocorreria apenas a partir da segunda metade do segundo trimestre após o início da crise, enquanto no terceiro quadro, mais pessimista, a economia entraria em uma recessão profunda após dois trimestres de pandemia. Se concretizado esse último cenário, a projeção é de contração do Produto Interno Bruto (PIB) global. No caso do Brasil, a queda poderia ser de -2%, com choque para pequenas e grandes empresas.

Mudanças de comportamento e consumo

Marcos Ayres, por sua vez, apontou para as mudanças corporativas que devem ocorrer ancoradas ao ambiente digital. Para ele, haverá um novo tom de relacionamento entre os consumidores e as marcas, assim como com recursos de delivery e assinatura de produtos. Nesse momento, novas lideranças também devem ser descobertas nas companhias, ressaltando a importância de uma gestão construtiva no país.

Ele sinalizou ainda seis temas-chave para o ambiente corporativo neste momento: agilidade da tomada de decisões pelo CEO, evitar ao máximo a paralisia dos recursos humanos e a possível saída de talentos dos negócios, olhar para a empresa além da sua cadeira de produção imediata, digitalizar mais e mais rápido seus processos, estruturar retomadas por região e manter um olho no horizonte.

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