Avaliação ampla de conselheiros e colegiados, e aculturamento da iniciativa são algumas das orientações
Um conselho efetivo é aquele com capacidade de gerar valor para a empresa e também protegê-la. Essa é uma das mensagens da publicação Avaliação de Conselhos: Recomendações Práticas, lançada pelo IBGC na quarta-feira (18), durante o 21º Congresso. Elaborada por um grupo de trabalho (GT) composto por membros das comissões de Pessoas e Conselho de Administração, além de integrantes da área de Pesquisa e Conteúdo do instituto, a publicação traz orientações essenciais para ajudar na avaliação de conselhos.
No evento que marcou o lançamento da publicação, Jacques Sarfatti, sócio diretor da Russell Reynolds e responsável por recrutamento de CEOs e conselheiros, explicou o cenário dos boards no País. “Existe medo na palavra avaliação e desconhecimento do processo. As empresas precisam entender que é um aprimoramento, uma melhoria”.
No Brasil, apenas 20% das empresas possuem um processo formal de avaliação em conselhos. Comparado com o exterior, esse percentual chega a 42, de acordo com a pesquisa Global Director Survey Report: Análise dos Resultados Brasileiros de 2018, que analisou 165 respondentes de companhias abertas.
A nova publicação aborda avaliações individuais (participantes do colegiado) e coletivas (o próprio conselho). Na coletiva, há cinco dimensões pelas quais a efetividade do conselho pode ser avaliada. São elas:
• composição e dinâmica;
• pessoas e cultura;
• estrutura e processos;
• estratégia e negócios; e
• riscos corporativos e controles internos.
O documento traz dicas de tipos de modelo de avaliação, escopo, periodicidade e estágios de maturidade.
Por exemplo, é recomendado uma avaliação ampla de todos órgãos e agentes (conselhos, comitês, área de governança, membros individuais), já que eles estão em constante interação, são interdependentes e devem visar aos mesmos objetivos organizacionais. Para empresas que ainda estão iniciando este processo, uma boa prática é a de aculturamento à avaliação. O presidente do conselho pode, após cada reunião, introduzir a prática de avaliação de cada encontro.
A publicação também apresenta o pós-avaliação, com orientações para devolutivas, planos de melhoria e evolução da companhia.
Além disso, orienta que, para um funcionamento efetivo, a adoção de processos de avaliação deve considerar questões singulares de cada empresa, como atuação, relacionamento com os demais órgãos de governança, cumprimento de atribuições, entendimento sobre questões-chave da companhia, independência e partes interessadas.
“A publicação é um excelente menu para você escolher qual prática se adapta ao estágio de maturidade da sua empresa. A regra básica é: adaptar e evoluir”, explicou Letícia Costa, sócia da Prada Assessoria e conselheira de Localiza, Embraer, Mapfre e TOTVS.
O evento também contou com a participação de Denise Casagrande, coordenadora do GT da publicação e conselheira de administração; Adriana Adler, coordenadora da Comissão de Pessoas do IBGC e sócia da Ekilibra Governança Integrada; e Carlos Alberto Vargas Rossi, conselheiro da Unique Rubber Technologies e presidente do conselho de administração de Jimo Química ,Grupo Todeschini, Rede SIM de Postos de Combustíveis, Fruki Bebidas e FCC.
O 21º Congresso IBGC acontece entre 3 e 27 de novembro e conta com patrocínio de KPMG, B3, Brunswick, Diligent, Bradesco, Cielo, Domingues Advogados, INNITI, Itaúsa e Nasdaq MZ. Para saber mais, clique aqui.