Pesquisa publicada no
Portal do Conhecimento do IBGC e realizada com mais de mil conselhos na América Latina mostra que “31% dos postos dos Conselhos não são remunerados – sem retribuição econômica –, o que ocorre especialmente nas empresas menores e de capital fechado”.
A “Board Members Survey Latam 2021” feita em colaboração entre a Page Executive, a rede de Institutos de Governança Corporativa da América Latina (IGCLA) e a International Finance Corporation (IFC) apresentou ainda que a compensação variável “somente se apresenta em 8% dos casos, enquanto 42% das práticas se concentram em um pagamento mensal fixo que não depende do número de reuniões, apenas 1% por honorários conversíveis em participação no capital da empresa e nos 18% restantes, ocorre um pagamento fixo por reunião”. As informações vêm dos países Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá e Peru.
Com objetivo de profissionalizar o mercado dos membros dos Conselhos nos países latino-americanos, o estudo destaca o valor da análise referente aos Conselhos e se divide em oito partes:
1) Contexto;
2) Composição dos conselhos;
3) Remunerações;
4) Como chegam aos conselhos;
5) A participação das mulheres nos conselhos;
6) O que dizem CEO e CFO;
7) As habilidades para ser um membro do conselho
8) Conclusões
Quando o assunto é diversidade de gênero, há uma distância muito grande entre homens e mulheres. Elas têm ficado como minoria em comparação com a representação masculina nessas posições: 20% das empresas participantes têm entre 40% e 50% de mulheres nos seus Conselhos; no 76% restante, as mulheres ocupam menos de 30%. E, no total, somente 4% dos Conselhos têm participação de mulheres maior que 50%.
Por setores, a pesquisa mostra que é no setor de Banco e Serviços Financeiros onde a participação feminina é mais elevada nos conselhos, com uma representação de 23%. Tecnologia, Serviços Digitais, Indústria Farmacêutica elas são 8% dos membros; em organizações sem fins lucrativos e da área da Educação são 7%; Bens de consumo e consultoria e serviços profissionais são 6% e Varejo, Construção, Agrícola e Pecuária configuram apenas 4%. O estudo parte de um era de pós-pandemia, marcada pela necessidade de reativação econômica e pela aceleração da transformação digital.
Além disso, destaca neste contexto o aumento no ativismo social com demandas que exigem um novo papel das instituições que inclui novas aproximações com as lideranças, entre elas os Conselhos. Entre outros destaques, a pesquisa mostra o número de membros ativos nos Conselhos por faixa etária: 37% dos participantes têm entre 51 e 60 anos de idade, enquanto 26% dos dirigentes se encontram entre 41 e 50 anos. Os dados obtidos mostram que a população que se encontra entre 61 a 70 anos é de 23%.
Ao final, o estudo destaca que a demanda aos conselhos hoje é por adaptação à nova realidade, não só de trabalho, mas também econômica e social. Exige-se conselhos com “líderes diversos que tenham conhecimento profundo do negócio, mas principalmente que saibam se adiantar às mudanças e que sejam mais humanos, empáticos, resilientes, capazes de comandar de forma consciente. Hoje, é necessário ter um Conselho que tenha um tenha um olhar de propósito tanto externamente quanto para dentro da própria organização”.
Para conferir outros dados da
“Board Members Survey Latam 2021”,
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