Em 2024, a temática da aposentadoria é o principal foco da Carta Anual do Presidente, mensagem anual que Larry Fink envia aos investidores da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo: “Quando criamos a empresa, meus sócios e eu, obviamente, éramos empreendedores ambiciosos e queríamos construir uma empresa grande e bem-sucedida. Mas também queríamos ajudar as pessoas a se aposentarem, como meus pais fizeram. É por isso que criamos uma gestora de ativos”, explicou.

Na visão de Larry Fink, presidente e CEO da BlackRock, os países que almejam a prosperidade não precisam apenas de sistemas bancários fortes; mas também de mercados de capitais fortes e é por isso que serão fundamentais para enfrentar dois dos maiores desafios económicos de meados do século XXI”:

- Proporcionar às pessoas uma aposentadoria segura. As pessoas estão vivendo vidas mais longas e precisarão de mais dinheiro, que pode ser fornecido pelos mercados de capitais, desde que governos e empresas ajudem as pessoas a investir.

- À medida que os países descarbonizam e digitalizam as suas economias, aumentam a procura por todo o tipo de infraestruturas, desde redes de telecomunicações até novas formas de gerar energia. Os mercados de capitais podem ajudar os países a cumprir os seus objetivos energéticos, incluindo a descarbonização, de uma forma acessível.

A carta estabelece uma relação importante entre o envelhecimento da população e a construção de formas de poupança para subsidiar as necessidades das pessoas.

Larry Fink observa riscos e oportunidades para os investidores em infraestrutura,e indica que seu futuro está na parceria público-privada. De acordo com a carta, esse setor é um dos segmentos em que se observa o crescimento mais rápido nos mercados privados – segundo o consultor, é avaliado em 1 bilhão de dólares.

“A transição energética não está ocorrendo em linha reta. Como já escrevi muitas vezes, está se movendo de maneiras e ritmos diferentes e em diferentes partes do mundo. Na BlackRock, o trabalho é ajudar nossos clientes a navegar pelas grandes mudanças no mercado de energia, não importa onde estejam”, afirma o presidente.

Com segurança energética, a transição energítica é considerada por Larry Fink uma grande força relacionada ao setor de infraestrutura; uma tendência econômica impulsionada por nações que representam 90% do PIB mundial: “O investimento privado pode ajudar as empresas de energia a reduzir o custo das suas inovações e a expandi-las em todo o mundo”, afirmou, destacando os investimentos em tecnologias em estágio inicial, como uma bateria gigante de “rocha quente” que está sendo construída pela Antora Energy; e a captura de carbono, exemplificada em um projeto chamado “Stratos”, que será a maior instalação de captura direta de ar do mundo.

A Carta Anual do Presidente aponta que o ETF (Exchange Traded Fund) deixou de ser apenas um conceito de indexação, tornando-se uma estrutura eficiente para uma série de soluções de investimento: “Sempre vimos os ETFs como uma tecnologia que facilitava o investimento. E tal como a nossa tecnologia Aladdin se tornou fundamental para a gestão de ativos, o mesmo aconteceu com os ETFs. É por isso que acreditamos em incorporar nossa experiência em ETFs e índices em toda a empresa, o que acelerará o crescimento dos iShares e de todas as estratégias de investimento da BlackRock”.

O documento descreve o ETF como uma peça adaptável de tecnologia financeira: “Conseguimos fazer mais com ele do que apenas tornar o investimento mais acessível. Trazemos melhor liquidez e descoberta de preços para mercados mais opacos. Um exemplo recente é o oferecimento de Bitcoin por meio de ETFs”. 

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