Resultado faz parte do projeto Ownership Project, da Universidade de Oxford
Empresas controladas por famílias estão 10% atrás no Environmental, social and corporate governance (ESG) performance — indicador que avalia quesitos ambientais, sociais e de governança — em relação às empresas que não possuem o mesmo tipo de controle. O resultado é fruto da pesquisa de Peter Tufano, reitor da Saïd Business School da Universidade de Oxford, com mais de 3 mil empresas, entre elas 50 brasileiras. O pesquisador avaliou 250 itens, entre eles redução de emissões, inovação de produtos, diversidade e estrutura do conselho de administração.
O estudo faz parte do Ownership Project, que examina os impactos da propriedade nas organizações empresariais de capital aberto – isto é, como as companhias podem ser mais longevas e promover o bem coletivo. “Não podemos falar sobre propriedade sem falar das empresas familiares. Elas representam 45,7% das empresas listadas do mundo", completa o reitor, que participou do 13º Fórum Exclusivo para Empresas Familiares, realizado no IBGC.
O professor de Oxford também percebeu que a diferença entre empresas familiares e não familiares é menor quando a família é mais ativa no conselho de administração ou quando herdeiros estão no controle. Para Monika Conrads, conselheira do IBGC, é importante estabelecer um equilíbrio entre as gerações e olhar para o futuro da empresa.
O projeto da universidade procura orientar empresas familiares de todo o mundo em relação ao que é uma good ownership — um bom controle da propriedade, de forma que desenvolva nas empresas influência em cinco níveis que vão desde a liderança pessoal, familiar e empresarial, até a liderança nacional e global. Gabriela Baumgart, coordenadora da Comissão de Empresas de Controle Familiar, avalia: “As empresas precisam captar a essência do ser sustentável e não somente aparentar”.
*Estagiária sob supervisão de Yuki Yokoi.